ISLAMISMO
O Islã é uma
das primeiras religiões monoteístas do mundo, oriunda dos ideais judaicos junto,
do mesmo jeito que o cristianismo. Fundada pelo profeta árabe Maomé no século XI,
que escreveu o livro sagrado desta religião, o Corão, que é a base escrita da
fé muçulmana. De acordo com ele, no território hoje chamado de Arábia Saudita,
o arcanjo Gabriel contou ao profeta sobre a existência de um único Deus, Alá (Allah,
Deus em árabe). Este livro contém diversas revelações divinas recebidas por
Maomé entre os anos de 610 e 632, e prega principalmente o poder de Deus e a
necessidade de amor ao próximo, justiça e bondade entre os humanos.
O islamismo
possui cinco principais regras, e são elas:
-Crer em Alá
e em Maomé;
-Realizar
cinco orações diárias voltadas para Meca;
-Ser solidário
as pessoas necessitadas e dar esmolas para os pobres;
-Obedecer ao
jejum religioso durante o ramadã (mês anual de jejum);
-Ir para Meca
pelo menos uma vez na vida.
Após a morte
de Maomé, a religião se fragmentou, e delas se destacam duas correntes muito
populares até os dias de hoje: os sunitas e xiitas.
Xiita
significa “partidário de Ali”, se referindo ao Ali Abu Talib, soberano
muçulmano que se casou com a filha de Maomé, Fátima, e acabou por ser assassinado.
Eles defendem que a chefia do Estado muçulmano (califa) só deve ser comandada
por alguém que tenha algum descendente de Maomé. Os xiitas afirmam que o imã (chefe
da comunidade islâmica) é inspirado diretamente por Alá, tendo assim que ser perfeito,
impecável. Eles aceitam apenas o Alcorão como livro de ensinamentos religiosos.
Os sunitas
defenderam o califado de Abu Bakr (torná-lo soberano muçulmano), um dos
primeiros convertidos ao Islã e que foi discípulo de Maomé. Hoje, os sunitas
defendem que o chefe do Estado muçulmano deve ter respeito e honra pelas leis e
capacidade de trabalho, entretanto não consideram que ele deve ser perfeito,
infalível. Além de usarem o Alcorão, eles também utilizam as Sunas (livro que reúne
o conjunto de tradições com os seguidores de Maomé) para obter os ensinamentos
de sua fé.
Dentre os sunitas,
há uma segunda divisão entre os violentos e não violentos. O termo jihadista
caracteriza os mulçumanos que, como os outros, têm o objetivo de reordenar o
governo e a sociedade de acordo com a lei islâmica (sharia). Contudo, eles
afirmam que a utilização de violência é necessária para se conseguir atingir
esse objetivo e para defender a comunidade muçulmana contra infiéis e apóstatas
(pessoas que abandonaram a religião). A palavra “jihadista” não é utilizada
pelos muçulmanos, pois este tem um significado nobre (busca pela construção de
uma sociedade muçulmana justa ou guerra pela fé contra os infiéis), e não é
digno de ser utilizado para nomear “pervertidos” que utilizam violência e se
desviam dos ensinamentos religiosos.
Os
jihadistas dividem o mundo entre o “reino do Islã”, que funcionam sob a lei muçulmana,
e o “reino da guerra”, que não seguem a lei muçulmana, e por terem abandonado
as recomendações da sharia, são alvos legítimos de ataque. Maomé disse que exércitos
muçulmanos deveriam fazer o possível para evitar machucar crianças e não combatentes,
todavia uma declaração assinada por alguns grupos terroristas (inclusive a
Al-Qaeda), que declararam guerra total aos EUA e seus aliados, afirma que matar
os não combatentes é uma respostas aos civis muçulmanos que são mortos em bombardeios
dos norte-americanos e seus aliados.
Pode-se concluir,
por este prisma, que a minoria dos muçulmanos faz parte de grupos extremistas
como o Estado Islâmico. Por isso, deve-se desfazer o senso comum de que todo
árabe ou muçulmano é um terrorista em potencial, pois os mesmos não
compartilham da mesma ideologia e querem somente manifestar sua fé de maneira
pacífica.
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