YOUTUBE E INFLUÊNCIA





     Atualmente, um dos principais meios de entretenimento entre jovens tem sido o YouTube. Uma rede midiática que, a cada minuto, é atualizada com 100 horas de gravações possui material que agrada todos os gostos, e é isso que o torna uma das principais ferramentas de entretenimento hoje em dia, ultrapassando 1 bilhão de acessos por mês, de acordo com informações divulgadas pela empresa.
     Junto com essa plataforma, vêm os criadores de conteúdo, chamados de “youtubers”. Com uma liberdade para postarem de tudo, essas pessoas acabaram se tornando os principais influenciadores do público mais novo, o que pode ser uma questão de importante discussão, dado que essa atuação pode ser tanto positiva como negativa.
     Levantam-se várias questões sobre a razão dos youtubers ser tão presentes na vida das pessoas e a resposta mais simples seria: porque são pessoas normais. Ao contrário dos astros do cinema ou esporte, que têm suas vidas expostas de uma forma deslumbrante e totalmente diferente da realidade das pessoas “comuns”, os youtubers fazem seus vídeos em suas casas, como se em uma conversa íntima com amigos, falando de assuntos cotidianos que os interessam. Isso acaba criando uma proximidade entre o público e o criador, uma vez que eles têm a facilidade da comunicação, que possibilita a troca de experiências e ideias.
     Essa “proximidade” entre criador-público acaba atraindo centenas de pessoas para conferências, eventos e encontros organizados pelos mesmos ou por empresas por fora. A maior conferência do mundo é a VidCon, que acontece durante três dias no mês de julho, na Califórnia (EUA) e, em 2015, recebeu mais de 19 mil pessoas (de acordo com o site oficial). No Brasil não existem conferências desse porte, mas acontecem pequenos eventos por todo o país durante todo o ano onde os youtubers dão palestras, conhecem fãs, participam de debates, etc.
         
     Muitos dos vídeos podem acabar sendo apenas um entretenimento instantâneo, dado que qualquer pessoa tem a liberdade de postar o que quiser, e é esse tipo de vídeo que a maioria das pessoas procura ao acessar o site. Mas alguns canais utilizam o espaço que têm para fazer críticas, dividir informações ou “se conectar” com o público e tentar, de alguma forma, oferecer ajuda.
     Um bom exemplo de youtuber que acabou ajudando muitas pessoas foi Jout Jout (Julia Tolezano), quando postou seu vídeo “NÃO TIRA O BATOM VERMELHO”, que teve mais de 2 milhões de visualizações, em que ela fala sobre relacionamentos abusivos e acabou abrindo os olhos de várias pessoas sobre esse tipo de situação, já que muitas vezes não se percebe quando passa-se por isso. Esse vídeo acabou sendo bastante criticado, e até retirado do ar por algumas horas depois que sofreu muitas “denúncias” organizadas por uma página anti-feminismo do facebook.
     Jout Jout aborda vários tópicos que ainda não são suficientemente discutidos, como coletores menstruais, HIV, sexualidade (esse também), de uma forma leve, que faz que com todos se sintam amigos e compreendidos. 

     Além da Jout Jout, existem muitos outros canais que tratam de tópicos interessantes que precisam ser mais discutidos, como o Canal das Bee (que tratam bastante sobre sexualidade), Afro e Afins (que trata sobre a vida de mulheres negras além de outros diversos assuntos), Muro Pequeno (fala sobre a comunidade LGBT+ e experiencias de vida), Mandy Candy (que fala sobre a questão trans), entre muitos outros.
     Porém, com a popularização dessa vertente dos “vlogs” (que é um blog onde o material postado é em vídeo, como acontece no YouTube) houve uma atração de, além dos adolescentes, crianças. Isso não seria um problema, se houvesse uma forma de “restringir” o que elas podem assistir, dado que existe todo tipo de conteúdo no site. Inclusive o que de forma alguma é adequado para essa faixa etária.
     Os youtubersgamers”, que fazem vídeos sobre jogos, são uma parte da questão do YouTube abordada nesse post. Alguns deixam claro público-alvo e a produção então se dirige à esses. Porém, há algumas produções que são inadequadas para o público que assiste, e é nesse âmbito que surge um inconveniente. Um bom exemplo desse problema se dá quando esses criadores fazem vídeos sobre um jogo online, chamado Minecraft (jogo esse bem popular, principalmente, entre crianças de 7 a 12 anos, em que podem ser construídos personagens, casas, entre outros, a partir de blocos/pixels), em que criam histórias dentro do jogo, mas aborda temas nada infantis. Em muitos dos vídeos (criados, muitas vezes, por jovens adultos), são expostos temas como violência, estupro, morte, entre outros, como é mostrado nas imagens abaixo (a playlist que contém esses vídeos pode ser encontrada clicando aqui).


     Levando em consideração o exposto acima, ter os “youtubers” como influenciadores pode ser tanto uma experiência positiva como negativa. É de extrema importância que haja pessoas que dividam ideias sobre inclusão, respeito, tratem tabus, e, de alguma forma, acrescentem algo de positivo na vida das pessoas. Porém, é perigoso, de certa forma, que haja uma vertente em que os criadores divulguem vídeos com ideias totalmente desrespeitosas e que sejam incrivelmente inadequados para audiência que assiste.
     Por enquanto, não há muitas soluções claras para essa dificuldade, que é relativamente “nova”. Todos estavam acostumados com a televisão que oferece uma “classificação etária” que informa o que há ou não no programa a ser exibido, o que não existe numa ferramenta tão livre como o YouTube, onde qualquer pessoa pode compartilhar o que bem entender. É necessário que haja um bom senso nos criadores para que sinalizem o conteúdo de cada vídeo, para que a audiência coincida com o conteúdo exposto. Porém, não é suficiente apenas essa “sinalização”. É necessário que os pais fiquem atentos ao que os filhos acessam, não de uma forma opressora, mas consciente. Assim, as crianças terão acesso a entretenimento adequado para a idade.

Unknown

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard. Google

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